Como será o futebol do futuro?
Notamos que é assunto abrangente no país ao qual é reconhecido mundialmente por ter essa cultura, muitas vezes nomeado de “país do futebol”. É pertinente observar o cenário que o envolve. Em determinada época e quem sabe que prevalece até hoje vários comentários e indagações se a máquina iria substituir o homem. Agora podemos trocar essa pergunta para o esporte será que a “máquina” irá substituir o jogador de futebol? O técnico? O juiz? Ou outros profissionais envolvidos? Parece uma questão meio estranha, porém é bom pensar nesta pergunta e ter mais ideias sobre ela.
Falando em 2018 neste assunto, talvez seja difícil ou não conseguimos imaginar isso. A dificuldade dessa imaginação e pensamento deve-se pelo medo e paixão do futebol perder sua essência. Entretanto, posso afirmar que será difícil o jogador ser substituído por uma máquina, o que ocorre é que ele está sendo tratado como uma máquina. Acuso isto em virtude que atualmente os jogadores são muito cobrados, seja por clubes, amigos, família, mídia, torcedores e por eles mesmos. A imagem e o surgimento dessa cobrança criam-se em virtude das seguintes falas: tem que fazer gol! Cuidar para não se lecionar! Ser mais veloz! Ter mais resistência! Ter habilidade! Rendimento! Cuidar para não fazer falta entre outras situações que só sendo uma máquina para não acontecer esses episódios. Parece esquecer que o futebol é feito por humanos, que o corpo do jogador não é uma máquina, o corpo padece, tem limites, sem mencionar o fator psicológico que envolve as emoções e todo o comportamento frente à situação. Ainda podemos dizer que essa imagem que está sendo desenhado no jogador como máquina e quem sabe o próprio futebol, é proporcionado pelas várias tecnologias que consegue medir a velocidade, técnicas que avaliam desempenho, estatísticas de passe de bola/rebatidas/cruzamentos, cronometragens, considerando que até tempos atrás existia. Lembrando que na copa de 2018 foi inaugurado o árbitro de vídeo (O sistema de vídeo-arbitragem VAR (sigla em inglês de vídeo assistant referee ou árbitro assistente de vídeo), algo para o auxílio da tomada de decisão do juiz, ou seja, algo bom, mais exato, mas pensamos que até nisso a tecnologia está sendo introduzida e fazendo existir um novo elemento do futebol.
Pensar no futebol do futuro é também pensar de onde eles surgem, de onde eles são formados. Cogitar que as escolas passarão por grandes reformulações. Analisando as circunstâncias apresentadas, não é ilusório imaginar que ira existir dentro dos clubes um treinamento voltado para cada função. Cada posição terá uma dedicação especifica e exclusiva para fortalecer a sua função, desde preparação física, estudo de jogo, entre outras situações que será mais isolada. Exemplo é trabalhar só com atletas que ocupam a lateral, outro grupo trabalha só com zagueiros, outro grupo só com atacantes e outro só com goleiros ( isso já ocorre nos grandes clubes). Talvez tenha somente dois dias da semana para acontecer o treinamento em equipe/conjunto. Penso nesta hipótese na leitura que venho fazendo dos fatos, pois prevalecem muitos comentários a respeito de “precariedade”, ou então, “falta” de atletas em determinadas posições. A formação dos atletas será um elemento possível de mudança no futuro do futebol, e isso respingará nos futuros atletas e situações futebolísticas. O pecado ou o erro será que esta conjuntura apresentada irá potencializar ainda mais o atleta como uma maquina, pois induzirá a esquecer ainda mais os aspectos físicos e psicológicos característicos do próprio humano.
Patricia Cassol Eickhoff
Psicologa e Pesquisadora Psicologia do Esporte
Comentários
Postar um comentário