Uma reflexão sobre a origem desse comportamento




O assunto origina-se de observações e estudos feito a mais de um ano. É algo para refletir, pois o atleta está exposto a passar por estes incidentes. Dedico a falar na área do futebol  por ser  mais noticiado no Brasil, no entanto, este artigo também  serve para outros atletas de outras modalidades que podem se identificar com o assunto.

Em um primeiro momento para melhor entendimento devemos que considerar, ou melhor, lembrar, que o atleta tem uma história assim como qualquer ser humano,  aliás, ao passar dos dias vamos escrevendo e concedendo  mais episódios que contribuí para e eventos futuros . Mas, a história que  menciono é a narrativa feita na construção da vida esportiva, uma construção e reconstrução, realizada de fracassos e sucessos, com cenas de  felicidade e tristeza, como ocorre em qualquer história, afinal isto faz parte, a oscilação  é um fragmento, o problema seria se nunca tivesse passado por tais variações e permanecesse presa a uma, na evolução tem isto, lembre-se de um adolescente para atingir a maturidade ele passa por recaídas, novos hábitos e por fim mudanças . Mas o interessante disso  tudo é o resultado que esses percursos trazem e suas manifestações que podem ser nomeadas de positivas e negativas.

Como existe história existe marcas, registros de lembranças, elementos , significados, que são levados neste contexto esportivo,  o que ocorreu em uma partida, ou então em um clube, sendo algo que ocasionou prazer ou desprazer, pode até ser esquecido pela memória, ou camuflada através de palavras e gestos,  mas para o inconsciente  a metodologia é diferente, bem como sua funcionalidade.
Em geral , o Inconsciente no esporte se apresenta, em situações denominadas de “bizarras” podendo varias entre : gol contra, lesões, empurrões que gera cartões e até expulsão, passe equivocado , erros com domínio da bola etc.  Ou você acha tem acredita que é proposital as brigas? Querer ser expulso? Pode até ser em algumas circunstância, mas em outra existe um desejo sem perceber ( este desejo de não perceber é insciente)  de às vezes não querer jogar contra um time especifico ou então com uma pessoa em especifico, mas  mesmo que tenha esse pensamento e sentimento o surgimento e quem faz prevalecer é o inconsciente, ele que sustenta está situação.

O que o atleta não consegue explicar que aconteceu dentro de campo, “ se desconhece”, é algo inconsciente, tentando achar explicações para o público e mídia. Na verdade ele mesmo não consegue entender o que passou naquele momento. Se existisse consciência naquele episodio ele iria conseguir falar, iria ter elaboração , explicação, iria ter Consciência e  provavelmente não agiria daquele modo.  As lesões também podem ser somatização no corpo, não querer jogar contra um clube que passou ou perdeu, ou então quando está acontecendo algo com a família, uma critica feita socialmente por  torcedores ou imprensa que ocasionou uma série de cobranças e notícias etc. Existem muitos exemplos,  porém  é singular para cada pessoa e situação. Não podemos generalizar ou ter uma receita que serve para todos e qualquer situação. Contudo, quando a situação é consciente ( esta na consciência)  consegue ser explicado, trabalhado e EVITADO, quando está no inconsciente é algo que gera um desconforto e até vergonha, é algo que não tem controle naquele momento. É por isto que muitos casos o psicólogo do esporte faz um trabalho de estar na consciência a situação e trabalhar para este fato não repetir novamente .

Os escritos de Freud diz a respeito disso, não fala especifico desse fato do esporte ou do futebol, mas relata que “ a mente inconsciente é um reservatório de sentimentos, pensamentos, impulsos, e memórias que está fora da nossa consciência. A maior parte dos conteúdos do inconsciente são inaceitáveis ou desagradáveis, tais como sensações de dor, ansiedade, ou conflito. De acordo com Freud, o inconsciente continua a influenciar o nosso comportamento e experiência, mesmo que nós não tenhamos conhecimento dessas influências subjacentes.” Desde modo ele escreveu que  muitos dos nossos sentimentos, desejos e emoções são reprimidos ou mantidos fora da consciência.

É por isto que no futebol existem três pilares importantes, físico , tático e psicológico. Um acompanha o outro jamais um estará sozinho: Não existe o físico sem o psicológico, e não existem as ações táticas sem usar o psicológico e o mental. Pela existência de poucos profissionais que realizam estudos, pesquisas e até mesmo trabalho na área do esporte e psicologia, esta ciência torna-se apagada. Muitas situações que parecem ser inexplicável a psicologia poderia explicar ou apontar para uma possível causa. Diferente da parte física e tática que são algo visível e palpável, a psicologia pode estar naquilo que não é exposto, ou quem sabe os olhos não enxergam, precisa-se de uma leitura para visualizar elementos escondidos e desencadeadores.

Em pesquisas percebo que a maioria das expulsões, lesões e gols contra tinha ligação com clubes antigos, porém, nenhuma reportagem ou noticiário fizeram está leitura, e que bom caso contrário poderiam julgar o atleta errado, afinal a maioria esquece que atletas não são robôs que controlamos atrás da televisão, são humanos que tem sentimentos, pensamentos e um corpo que é sua fonte de trabalho e preocupação.

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